O impacto da osteoporose na terceira idade
A osteoporose é uma doença caracterizada pela redução da densidade mineral óssea e consequente enfraquecimento dos ossos, o que eleva a predisposição a fraturas, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em idosos1,2. A prevalência da osteoporose é duas vezes maior nas mulheres do que nos homens, estimando-se que 50% das mulheres e 20% dos homens com idade igual ou superior a 50 anos sofrerão uma fratura óssea devido à doença ao longo da vida1.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose podem ser genéticos ou ambientais, dentre os quais podemos destacar1,2:
- Doenças endócrinas;
- Má absorção de nutrientes;
- Tabagismo e alcoolismo;
- Sedentarismo;
- Estresse;
- Idade avançada;
- Alimentação inadequada.
Tendo em vista esse contexto preocupante, a prevenção é possível e essencial, devendo ser feita ainda na juventude. Entenda melhor e saiba como orientar seus pacientes a seguir!
Formação da massa óssea e prevenção de osteoporose
Garantir a formação de um pico de massa óssea adequado e mantê-lo o quanto for possível é essencial para a prevenção da osteoporose, evitando a redução gradual da massa óssea ao longo dos anos e os riscos associados2.
Tendo em vista que 95% do pico de massa óssea é alcançado antes dos 16 anos de vida e é totalmente atingido por volta dos 20 anos, a puberdade é uma fase essencial para garantir a formação da massa óssea e, consequentemente, prevenir a osteoporose2. Uma vez que esse processo é influenciado por fatores genéticos e ambientais, incluindo a alimentação e a prática de atividade física, o consumo adequado de alguns nutrientes, tais como a vitamina D, cálcio e proteínas, é essencial, principalmente na infância e adolescência2.
Um aporte nutricional adequado auxilia as crianças a atingirem o seu potencial genético para o pico de massa óssea. Em contrapartida, um aporte inadequado, principalmente entre os 10 e 18 anos de idade, pode levar a um pico de massa óssea reduzido, levando à fragilidade óssea na vida adulta3.
A importância do consumo de leite e derivados
O cálcio é um dos principais minerais constituintes do osso e tem papel essencial na saúde óssea, em todas as idades, mas principalmente no final da infância e na adolescência, devido ao rápido crescimento, e na terceira idade, devido à capacidade reduzida de absorção deste mineral e taxa de reabsorção óssea aumentada4.
Diversos estudos mostram que a ingestão de cálcio no Brasil está aquém da recomendação, o que pode contribuir para o aumento da prevalência de osteoporose em nosso país4.
Sendo assim, incluir este mineral na alimentação dos pacientes, principalmente nas faixas etárias citadas acima, é um ponto crucial para a saúde óssea no futuro.
Confira a seguir as quantidades recomendadas de cálcio5 de acordo com a faixa etária:

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A principal fonte alimentar de cálcio é o leite e seus derivados, uma vez que possui quantidade significativa do mineral por porção habitualmente consumida, boa biodisponibilidade e costuma fazer parte do hábito alimentar da população4.
Outras fontes alimentares, como os vegetais, sementes e peixes, podem ser utilizadas, mas deve-se atentar às porções e à biodisponibilidade do mineral nestes alimentos.
Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA)6
Para atender as necessidades diárias de cálcio de um adolescente, seria necessário consumir, aproximadamente: 2 copos de leite, 1 porção de queijo e 1 iogurte natural, diariamente. Esses alimentos poderiam ser inseridos ao longo do dia, no café da manhã e lanches intermediários, de acordo com os hábitos de cada indivíduo.
Garantir uma boa nutrição e recomendar a ingestão de alimentos fontes de cálcio é um cuidado essencial para assegurar a melhor saúde óssea na terceira idade. Por isso, é importante atuar desde a infância, dando maior atenção na manutenção de hábitos que contribuam com a prevenção da osteoporose e de complicações futuras relacionadas à saúde óssea que poderão impactar diretamente na qualidade de vida do indivíduo.
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