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26 de abril, 2023

Cálcio na melhor idade: formas de introduzir e contribuir para a saúde óssea

Garantir a ingestão adequada de cálcio pode ser peça fundamental para prevenir a osteoporose
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Cálcio na melhor idade: formas de introduzir e contribuir para a saúde óssea

O envelhecimento é processo natural, que não pode ser parado e que tem influência nos diferentes aspectos na vida do indivíduo: físico, metabólico, mental e social.

E é por conta de todas essas alterações que podem surgir quadros como a osteoporose, caracterizada por uma perda de massa óssea, e que pode aumentar o risco de fraturas – fato que impacta profundamente na qualidade de vida e autonomia de pessoas na melhor idade.

Por isso, garantir um estilo de vida saudável, que inclui a prática regular de atividades físicas é essencial. Da mesma forma, assegurar que o consumo de cálcio esteja dentro das recomendações é igualmente importante, uma vez que esse é um dos minerais mais relevantes quando o assunto é saúde dos ossos na melhor idade. 

Conheça a seguir mais sobre as alterações no metabolismo do cálcio e transformações dos ossos em indivíduos com mais de 60 anos – tudo para te ajudar a elaborar uma orientação nutricional adequada que pode ajudar a manter a qualidade de vida desses pacientes. 

Cálcio e ossos na melhor idade 

As inúmeras alterações que acontecem no metabolismo do idoso podem afetar de maneira significativa a densidade mineral óssea e o metabolismo de cálcio. Conheça aqui mais sobre tais modificações:  

Há ainda outro ponto relevante a se considerar: é comum no envelhecimento o surgimento da intolerância à lactose, devido a uma redução na produção da enzima lactase.

Assim, com o aparecimento de sintomas como inchaço abdominal e desconforto gástrico, o idoso pode acabar reduzindo ou mesmo excluindo totalmente o consumo de lácteos da alimentação, agravando ainda mais o risco para o desenvolvimento de osteoporose.

Osteoporose: risco para a autonomia e para a vida 

Todos esses acontecimentos certamente podem ser considerados fatores de risco para o surgimento da osteoporose, condição caracterizada pelo comprometimento da resistência e da qualidade óssea, assim como perda da massa óssea, aumentando assim o risco de fraturas.

Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas tenham osteoporose no Brasil, e 1/3 das mulheres brancas na pós-menopausa ao redor do mundo.5 

Além de sua abrangência, essa condição pode ser considerada preocupante por seus impactos na autonomia e expectativa de vida do idoso. 

Isso porque uma das principais consequências clínicas da osteoporose são as fraturas, que geralmente ocorrem nas vértebras, punhos e região proximal do fêmur. 5 

Em estudos sobre o tema, a prevalência de fraturas vertebrais chegou a atingir 41% de mulheres acima de 65 anos na pós-menopausa. Outras pesquisas demonstram que a ocorrência de fraturas decorrentes da osteoporose aumenta conforme a idade, sendo que a prevalência, que é de 20% em pacientes entre 50 e 59 anos, chega a 82% em pessoas entre 80 e 89 anos. 6 

Cálcio na alimentação: como garantir que não falte? 

Diante esse cenário, é preciso garantir que, além da prática regular de atividades físicas, o idoso também consiga ingerir a quantidade diária recomendada de cálcio – que a partir dos 51 anos é de 1.200 mg, tanto para homens quanto para mulheres.  

Assim, algumas estratégias para assegurar esse consumo são: 

1) Incluir diferentes tipos de lácteos na alimentação 

Para evitar a monotonia alimentar, é interessante revezar o consumo de leite com outros lácteos, como queijos e iogurtes.  

2) Incluir ingredientes lácteos em receitas 

Também é válido incluir esses alimentos como ingredientes de receitas – tanto salgadas quanto doces. 

3) Utilize produtos zero lactose quando necessário 

Considerando que a intolerância à lactose é comum dentre o público sênior, a inclusão de produtos zero lactose ajuda a garantir o consumo adequado de cálcio, sem causar nenhum efeito adverso. 

4) Considere recomendar produtos contendo whey protein 

Uma vez que a perda de massa muscular também é comum entre idosos 1 , e pode afetar a prática de atividades físicas, vale aliar o consumo de cálcio com proteínas em produtos como bebidas lácteas com whey protein. 

É essencial que a nutricionista que acompanha o idoso conheça as alterações que acontecem com seu organismo, uma vez que a partir disso, é possível adequar as orientações nutricionais, visando um adequado estado nutricional, assim como uma boa qualidade de vida. 

Referências Bibliográficas

1. Santos ACO, Machado MMO, Leite EM. Envelhecimento e alterações do estado nutricional. Geriatria & Gerontologia. 2010;4(3):168-175. 

2. Campos MTFS, Monteiro JBR, Ornelas APRC. Fatores que afetam o consumo alimentar e a nutrição do idoso. Rev. Nutr. 2000; 13(3): 157-165. 

3. Curtis E, Litwic A, Cooper C, Dennison E. Determinants of muscle and bone aging. J Cell Physiol. 2015; 230(11): 2618–2625. 

4. Beyer PL. Tratamento médico nutricional para doenças do trato gastrintestinal inferior. In: Mahan KL; Stump ES. Krause alimentos, nutrição & dietoterapia. 12. ed.São Paulo: Roca; 2010. p. 673-706. 

5. Guarniero R, Oliveira LG. Osteoporose: atualização no diagnóstico e princípios básicos para o tratamento. Rev Bras Ortop. 2004; 39(9): 477-485. 

6. Bandeira F, Carvalho EF. Prevalência de osteoporose e fraturas vertebrais em mulheres na pós-menopausa atendidas em serviços de referência. Rev Bras Epidemiol. 2007; 10(1): 86-98. 

7. Institute of Medicine. Dietary reference intakes for calcium, phosphorus, magnesium, vitamin D, and fluoride. Washington (DC): National Academy Press; 1997. 


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