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O papel das vitaminas e minerais na alimentação pré-escolar

As vitaminas e nutrientes são fundamentais na infância para o crescimento e desenvolvimento. Veja algumas dicas sobre o assunto!
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O papel das vitaminas e minerais na alimentação pré-escolar

A fase pré-escolar é definida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) como o período entre os 2 aos 6 anos de idade. Se trata de uma fase, muitas vezes, desafiadora por oferecer alguns obstáculos na busca por atingir as necessidades nutricionais, principalmente de vitaminas e minerais. Além dos macronutrientes (proteínas, gorduras e lipídios), os micronutrientes (vitaminas e minerais) são essenciais para o desenvolvimento completo da criança. ¹ 

Nessa fase, o corpo está se ampliando em diversos níveis, como no crescimento ósseo, desenvolvimento do sistema nervoso e aumento de estatura. Os hábitos alimentares deste período podem trazer consequências para o restante da vida. Por exemplo, se a alimentação for deficiente, futuramente pode haver comprometimento da função cerebral e cognitiva do indivíduo. Essas condições impactam as funções motoras e cognitivas, como o desempenho escolar. Sendo assim, o aporte adequado de micronutrientes nessa fase torna-se essencial.²  

A importância do ferro e outros micronutrientes para as crianças 

As necessidades de micronutrientes devem ser supridas na infância desde a gestação. A infância continua sendo um período de extrema atenção para o suprimento dessas necessidades nutricionais, exigindo alguns micronutrientes, como: 

  • Ferro: micronutriente necessário para a estrutura da hemoglobina. É uma proteína contida nos glóbulos vermelhos que desempenha um papel fundamental no transporte de oxigênio pelos diversos tecidos do corpo. Auxilia no desenvolvimento cerebral. Sua deficiência na infância pode levar à anemia ferropriva, doença a qual está relacionada aos prejuízos cognitivos, além de sintomas como cansaço, tonturas, fraquezas, entre outros. 2-3 
  • Zinco: envolvido com estrutura e função cerebral, tem papel na síntese de DNA e RNA. É o quarto íon mais abundante no cérebro e diversos estudos têm demonstrado que sua associação com ferro e outros micronutrientes teve impacto positivo no desenvolvimento motor de crianças a partir de 2 anos de idade. 2-3 
  • Vitaminas do complexo B: realizam o amadurecimento do cérebro por diversos mecanismos. Elas participam da estrutura e função de membranas, formação e funcionamento de sinapses e estão envolvidas no metabolismo de carboidratos, que são o principal combustível para os neurônios. 2-3 
  • Vitamina C: possui ação antioxidante, cofator de diversas enzimas, além de auxiliar na conversão de ferro férrico (3+) para ferro ferroso (2+), melhorando sua absorção intestinal. 2-4 
  • Vitamina D: reconhecida por seus impactos no metabolismo ósseo. Uma de suas principais funções é a regulação do metabolismo ósseo, aumentando a absorção de cálcio no intestino. Sua deficiência, junto a uma dieta desbalanceada, está associada a problemas de crescimento, entre outros quadros clínicos. 2-4 

Estratégias nutricionais para inserção de micronutrientes na alimentação: alimentos fortificados 

Os dois primeiros anos de vida da criança são essenciais para o crescimento e desenvolvimento. Além do desafio da introdução da alimentação complementar, fase em que exige paciência e esforço de pais e cuidadores, é fundamental conhecer algumas ferramentas para inserção de nutrientes. Oferecer a consistência adequada, inserir alimentos em sua grande parte in natura, utilizar temperos naturais e, quando possível, manter o leite materno até o segundo ano ou mais, são exemplos de ferramentas que auxiliam a suprir as necessidades nutricionais.² 

Os alimentos fortificados podem ser uma ferramenta que promove os nutrientes nas diferentes fases de vida. É muito comum que as crianças rejeitem novos alimentos apresentados por inúmeros fatores, como seletividade aguçada a certos tipos de comida, apresentação do prato não atraente, falta de envolvimento dos pais durante a refeição etc. 2,3 

A SBP descreve o que os compostos lácteos desenvolvidos para a faixa pediátrica devem conter: “Em sua maioria, maior quantidade de soro de leite e devem ser enriquecidos com vitaminas e minerais, como ferro, zinco, vitamina A, DHA, ômegas (especialmente ω-3) e prebióticos, contribuindo com a oferta de nutrientes e minimizando eventuais carências nutricionais que possam acontecer devido à seletividade alimentar própria desta idade. É recomendável que os compostos lácteos não apresentem adição de sacarose, frutose, aromatizantes, além de apresentar redução de sódio e de gordura saturada”. Desta forma, quando há uma composição adequada, os compostos lácteos podem ser utilizados no suprimento de micronutrientes. ¹ 

É importante ressaltar que nem todos os compostos lácteos são para a fase pediátrica. A consulta pediátrica e nutricional é fundamental para orientação e adequação de necessidades da infância.

Referências Bibliográficas

1. Sociedade Brasileira de Pediatria – Departamento de Nutrologia Manual de Alimentação: orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. – 4ª. ed. - São Paulo: SBP, 2018  

2. PRADO, Elizabeth L; KATHRYN, G Dewey. Nutrition and brain development in early life. Nutrition Reviews. v. 72, n. 4, p. 267-84, 2014 

3. LEME, Adriana Gisele Silva; et al. Micronutrientes nos primeiros 6 anos de via – São Paulo: ILSI Brasil – International Life Sciences Institute do Brasil, 2019. – (Série de publicações ILSI Brasil: força-tarefa de nutrição; v.9). Disponível em: https://ilsibrasil.org/wp-content/uploads/sites/9/2019/02/Fasc%C3%ADculo-Vol.-8-Micronutrientes-v.4.pdf . Acesso em: 28 março 2022.  

4. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RESOLUÇÃO-RDC Nº 269, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/rdc0269_22_09_2005.html . Acesso em: 28 março 2022. 


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