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A beta-glucana de levedura ganha, cada vez mais, atenção dos nutricionistas. Junto a ela, diversas evidências científicas de seus benefícios para a imunidade. Entenda para que serve, o que é, e qual a diferença entre essa beta-glucana e outras, como a beta-glucana derivada da aveia.
Os beta (β) glucanos são polímeros de glicose derivados de uma variedade de fontes, incluindo fermento, grãos ou fungo1. Porém existem diferenças entre as ligações dessas moléculas - conforme sua origem - que possibilitam uma contribuição diferente para a saúde humana2
Um exemplo são as beta-glucanas derivadas dos grãos da aveia, que são fibras solúveis, e possuem boas evidências científicas revelando sua contribuição para a formação do bolo fecal e controle do colesterol, quando associadas a uma alimentação equilibrada3.
Mas a beta-glucana de levedura tem o mesmo papel?
A beta-glucana de levedura tem ação diferente da beta-glucana de aveia. Na primeira, o nutriente apresenta uma estrutura de moléculas ramificadas e é extraída da levedura Saccharomyces cerevisiae, a mesma usada na produção do pão e da cerveja, mas com diferenças no estágio de ativação.
Estuda-se, atualmente, a possível capacidade das células do sistema imunológico inato de mamíferos reconhecerem vários componentes extracelulares de β-glucana de levedura, mecanismo que se associa à elaboração de respostas imunológicas mais efetivas2. Por isso, de acordo com as evidências, a beta-glucana de levedura fortalece o sistema imunológico e ajuda a proteger o organismo de situações prejudiciais, como inflamações.
Já a Beta-glucana de cereais, normalmente extraídas da aveia, possui uma estrutura linear e é indicada para controlar os níveis de colesterol, contribuindo para a redução da absorção de gorduras, além de diminuir os níveis de colesterol LDL e triglicerídeos, ao mesmo tempo que mantém os níveis positivos de HDL no organismo3.
Os estudos científicos acreditam que o mecanismo pelo qual beta-glucanas podem modular o sistema imunológico é atribuído à sua capacidade de ligação com receptores celulares de reconhecimento de padrões (PRR). Os PRRs reconhecem padrões moleculares associados a microrganismos (PAMPs). Essa ligação PRR-PAMP provoca uma resposta sinalizadora no leucócito, que resulta na produção de moduladores imunológicos específicos2.
Os PRRs mais importantes para a ação de beta-glucanas são: 1) receptor de dectina-1, 2) receptores toll-like (TLR) e 3) receptor de complemento 3 (CR3)2.
Confira outras evidências científicas dos possíveis benefícios da beta-glucana de levedura:
Alguns estudos relatam seu efeito protetor contra carcinógenos genotóxicos e de inibir o desenvolvimento de tumores ao promoverem a atividade de macrófagos e citotoxicidade das células NK. Experimentalmente, ß-glucanas mostram atividade anticarcinogênica, com prevenção de oncogênese e metástases, por mecanismos que podem envolver inibição de angiogênese mediada pelo fator de crescimento vascular endotelial (VEGF)5;6.
Adiciona-se que ß-glucanas derivadas de Saccharomyces cerevisiae têm sido consideradas uma das moduladoras da “imunidade treinada”.
A imunidade treinada tem como mecanismo a reprogramação epigenética de células imunológicas inatas, que lhes parece conferir capacidade de memória. Essa resposta inespecífica traduz-se em proteção inflamatória contra um determinado microrganismo por ocasião de um segundo encontro, independentemente da imunidade adaptativa, e está presente em mamíferos, em plantas e insetos – o que sugere se tratar de um mecanismo imunoefetor primitivo e conservado pela natureza2.
Em comparação com placebo, a administração oral diária de (1,3)-(1,6)-ß-glucana solúvel, derivada de Saccharomyces cerevisiae, se associou à redução de incidência de episódios de resfriado, comum durante a estação fria em indivíduos saudáveis, assim como à prevalência do sintoma “capacidade de respirar com facilidade” durante o período de pico da infecção do trato respiratório superior, e à ausência escolar ou laboral devido a resfriados7.
A prevenção e atenuação de sintomas do resfriado comum podem refletir propriedades imunomoduladoras benéficas de ß-glucanas derivadas de Saccharomyces cerevisiae ingeridas por via oral2.
Como o organismo humano não é capaz de metabolizar as β-glucanas, suspeita-se que sua interação com células de microfoldagem pinocítica (M), localizadas no intestino delgado, pode aumentar o número de linfócitos intraepiteliais e, assim, modificar a imunidade da mucosa intestinal4.
Dr. Dan Waitzberg traz na Monografia de Imunoday outras evidências que também associam, de forma positiva, o uso oral de β-glucanas com:
1. Bedirli, A., Kerem, M., Pasaoglu, H., Akyurek, N., Tezcaner, T., Elbeg, S., Memis, L. and Sakrak, O.(2007) Beta-glucan attenuates inflammatory cytokine release and prevents acute lung injury in an experimental model of sepsis. Shock 27, 397-4013.
2. WAITZBERG, Dan Linetzky. Monografia Immunoday. Piracanjuba Health & Nutrition, 2021.
3. Mathews ,R., Kamil , A., Chu, Y. Global review of heart health claims for oat beta-glucan products. Nutr Rev. 2020 Aug 1;78(Suppl 1):78-97.
4. Novak M, Vetvicka V: Beta-glucans, history, and the present: I mmunomodulatory aspects and mechanisms of action. J Immunotoxicol 2008, 5:47–57.
5. Qi C, Cai Y, Gunn L, Ding C, Li B, Kloecker G, Qian K, Vasilakos J, Saijo S, Iwakura Y, Yannelli JR, Yan J: Differential pathways regulating innate and adaptive antitumor immune responses by particulate and soluble yeast-derived beta-glucans. Blood 2011;117:6825-3
6. Chan GC, Chan WK, Sze DM: The effects of beta-glucan on human immune and cancer cells. J Hematol Oncol 2009, 2:25. 70.
7. Vetvicka V, Vetvickova J: beta1,3-glucan: silver bullet or hot air? Open Glycoscience 2010, 3:1–6. 65.
“O MINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMA: APÓS OS 6 (SEIS) MESES DE IDADE, CONTINUE AMAMENTANDO SEU FILHO E OFEREÇA NOVOS ALIMENTOS.”
"O MINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMA: O ALEITAMENTO MATERNO EVITA INFECÇÕES E ALERGIAS E É RECOMENDADO ATÉ OS 2 (DOIS) ANOS OU MAIS.”