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6 estratégias para prevenção da obesidade infantil

Conheça seis estratégias nutricionais para prevenção da obesidade infantil e veja o papel do profissional da saúde neste desafio
6 estratégias para prevenção da obesidade infantil
6 estratégias para prevenção da obesidade infantil

A obesidade infantil é considerada um dos maiores problemas de saúde pública mundial. O aumento da obesidade no Brasil é relevante e proporcionalmente mais elevado em famílias de baixa renda. ¹ O Brasil segue a tendência mundial e apresenta grande prevalência de sobrepeso e obesidade, inclusive em sua população jovem. Informações mais recentes das diferentes regiões do país indicam predominância de excesso de peso em adolescentes entre 15,3% e 29,1%. ¹ 

As comorbidades pediátricas da obesidade são comuns e muitas vezes resultam em complicações de saúde a longo prazo ², como no caso das doenças crônicas degenerativas não transmissíveis: diabetes melIitus tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. ¹ 

Apesar de extensas intervenções clínicas e de saúde pública, as taxas de obesidade permanecem altas e as estratégias preventivas baseadas em evidências são essenciais. ³ Veja algumas dicas para ajudar na prevenção da obesidade infantil: 

1) Equipe multidisciplinar deve participar do processo 

É importante que profissionais da saúde (pediatras, educadores físicos e nutricionistas) promovam e participem da educação alimentar e de atividades físicas ​​para crianças e adolescentes. Eles devem prescrever e apoiar modificações de estilo de vida apropriadas à idade, cultura e família, como dieta e atividade física. Assim, proporcionam uma diminuição do IMC (Índice de Massa Corporal).  

2) Exercícios físicos frequentes 

A recomendação é que jovens e crianças pratiquem 60 minutos diários de atividade física vigorosa, pelo menos 5 dias por semana. Se não for possível, o ideal é ao menos 20 minutos diários. A atividade melhora a saúde metabólica e reduz a probabilidade de desenvolver obesidade. 1,2 

3) Dormir também é essencial 

É fato que não somente a atividade física auxilia na prevenção da obesidade. O sono de qualidade também é um item essencial. Padrões de sono desordenado aumentam a probabilidade de desenvolver a obesidade devido às alterações na ingestão calórica e no metabolismo.

4) Hora de desligar o celular 

O tempo que jovens e crianças passam em frente às telas, de tablets e celulares, por exemplo, deve ser controlado. Atualmente, a tecnologia já é uma companheira dos estudos, porém o tempo em que se passa com estes aparelhos para fins de lazer deve ser permitido apenas entre 1 a 2 horas diárias. Isso diminui o comportamento sedentário, aumentando a prática de atividades físicas, evitando efeitos negativos no peso corporal, entre outros problemas de saúde. 1,2  

5) A família deve estar unida na prevenção 

Pais e responsáveis devem se envolver na prevenção da obesidade. O incentivo e o exemplo da família ajudam a criança a seguir e manter bons hábitos nesta fase importante para o desenvolvimento. Os esforços são de toda a família e não do paciente individualmente. ² Por exemplo, os pais podem incentivar as escolas a fornecer educação sobre alimentação saudável. ² 

6) Aleitamento materno como aliado 

O aleitamento materno traz inúmeros benefícios à saúde e faz parte da prevenção da obesidade. Evidências sustentam que a associação entre aleitamento materno e obesidade subsequente são inconsistentes. ² 

Bônus: 

Alguns dos hábitos alimentares saudáveis que podem ser incentivados e apoiados por profissionais da saúde são:  

  • Moderar o consumo de alimentos energéticos e com baixa densidade nutricional (bebidas açucaradas, bebidas esportivas, bebidas de frutas, fast foods, alimentos processados ricos em sódio e gordura e lanches ricos em calorias)  
  • Preferir alimentos naturais para as crianças entre 6 meses e 2 anos;
  • Incentivar o consumo de frutas inteiras, em substituição aos sucos de frutas; 
  • Redução da ingestão de gordura saturada na dieta para crianças e adolescentes menores de 2 anos de idade, recomendação de <10% gordura saturada 5
  • Evitar “beliscos” constantes durante o dia; 
  • Incentivar o desenvolvimento de porções únicas e rotulagem de alimentos aprimorada para facilitar o uso pelos consumidores. ² 
Referências Bibliográficas

1. Sociedade Brasileira de Pediatria – Departamento de Nutrologia. Obesidade na infância e adolescência – Manual de Orientação / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. 3ª. Ed. – São Paulo: SBP. 2019. 236 p. https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Manual_de_Obesidade_-_3a_Ed_web_compressed.pdf . Acesso em: 11 abr. 2022. 

2. Styne et al. Pediatric Obesity—Assessment, Treatment, and Prevention: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. J Clin Endocrinol Metab, v.102, n. 3, p. 709–757, março, 2017. Disponível em: https://academic.oup.com/jcem/article-lookup/doi/10.1210/jc.2016-2573 . Acesso em: 10 abr. 2022. 

3. Callie L. Brown MD, MPH, Eliana M. Perrin MD, MPH, Obesity Prevention and Treatment in Primary Care, Academic Pediatrics (2018), doi: 10.1016/j.acap.2018.05.004. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1876-2859(18)30308-5 . Acesso em: 11 abr. 2022. 

4. Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, 2019. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf . Acesso em: 270/04/2022.  

5. PALCHETTI, Cecília Zanin; CERAGIOLI, OLIVEIRA, Fernanda Luisa Ceragioli. Recomendações - Atualização de Condutas em Pediatria. Sociedade de Pediatria de São Paulo, n. 69, p. 8 – 12, 2014. Disponível em: https://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec_69_Nutricao.pdf . Acesso em: 27/04/2022.


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“O MINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMA: APÓS OS 6 (SEIS) MESES DE IDADE, CONTINUE AMAMENTANDO SEU FILHO E OFEREÇA NOVOS ALIMENTOS.”

"O MINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMA: O ALEITAMENTO MATERNO EVITA INFECÇÕES E ALERGIAS E É RECOMENDADO ATÉ OS 2 (DOIS) ANOS OU MAIS.”